sexta-feira, 16 de março de 2007

nobody knows nobody.

Por mais tempo que se passe com uma pessoa, nunca há como saber tudo sobre ela, conhecê-la de verdade. Todo ser humano é único. E todos os outros seres nunca irão compreender essa singularidade por inteiro, por mais que anseiem ou estudem para isso. Se tal situação fosse possível, a psicologia seria a solução mágica para os problemas do mundo.

O que quero dizer é: a gente vive muitos anos com várias pessoas e acha que as conhece. E essa nossa inocência passa a ser tão forte que mesmo aquelas novas, a quem fomos apresentados há pouco tempo, temos a impressão de conhecer, acreditamos ter noção dos seus limites. Você se encontra cerca de três vezes com alguém e cria uma imagem, positiva ou negativa, que nunca será nada perto da realidade de quem ela realmente é.

E é desses encontros rápidos, das pessoas que pensamos conhecer em pouco tempo, de quem falo.

No fundo, isso é até um pouco divertido. A surpresa, seja para bem ou mal, vejam, me traz um prazer tremendo. E costuma acontecer na hora em que você mais precisa desse tipo de volúpia. O mais divertido é quando a novidade chega em forma melodramática, semi-cinematográfica, desenhada como ninguém a esperava em uma trama digna de Hollywood. O desfecho traz mais diversão ainda. Sim, eu me divirto com a contradição.

Por fim, o que quero dizer é que não conhecer as pessoas é algo necessário à condição humana e aceitar esse fato, pode trazer bons momentos de diversão, num futuro nada distante. E isso me mostra, cada vez mais que a superada idéia de que "a primeira impressão é a que fica", não passa de conversa de comercial de TV.

Um comentário:

Carol Freitas disse...

Acredito que, essa peculiaridade de não conhecermos por completo alguém, é que faz a vida ser tão estimulante. Adoro uma frase do Veríssimo que é mais ou menos assim: viver plenamente é não ter medo de ser ridiculo. Acho que é isso.