sábado, 29 de março de 2008

ying yang

Realmente a vida é uma eterna contradição. A gente nunca perde nada sem ganhar algo e vice-versa. O que incomoda realmente é que quando a perda é muito grande, o que se ganha nem sempre vem à altura. Ontem foi aniversário de uma grande perda na minha vida e as 'compensações' que vieram após esse acontecimento não são nem de perto comparáveis. A gente perde alguém que ama e ganha responsabilidades. Não é nada justo, definitivamente, mas nem tudo a gente consegue escolher. De fato, prefiro tentar ver as coisas como se fossem um 'perde e ganha'.

O pior da perda é quando a gente começa a esquecer do que nos lembra do que foi perdido. Quando os cheiros que nos lembravam passam a nos lembrar outras coisas. Quando as imagens e conversas que sempre remeteriam àqueles pensamentos saudosos passam despercebidos e, no momento em que temos consciência, notamos que esquecemos tudo aquilo.

Enfim, não há como discutir com algumas fatalidades e eu não tô com saco pra brigar com o destino. Mas que ele é cruel, é.

quinta-feira, 13 de março de 2008

the ego

Eis que refletindo, notei que migrei de um eu totalmente anti-social para um alterego sociável e otimista. Notem, nada daquelas coisas extremamente sorridentes que dão nojo em qualquer cristão ou pagão. Apenas alguém um pouco mais 'suave', aberto à vida em sociedade.

Obviamente, muito disso é conseqüência da entrada do álcool no cardápio dos fins de semana. Mas talvez um pouco também seja resultado de uma vontade inconsciente de socialização. Mais precisamente, uma fuga da solidão e da reflexão excessiva. Às vezes o caminho natural é o contrário, a introspecção, o isolamento. Como todo ser que envelhece, fica-se rabugento e exigente, controlador e seletivo, manipulador e observador... Não que eu tenha abandonado esse lado obscuro e delicioso. Só que esse é um daqueles momentos em que a busca principal é por movimento, por efemeridade, diversão e companhias calorosas.

No fim das contas, é triste, mas real: a gente é tão egoísta que não quer ficar só porque pensamos apenas em nós mesmos.