quinta-feira, 18 de setembro de 2008

sobre o grande mito masculino

"...Acredite, nunca valem a pena. Uma boa trepada exige concentração e atenção aos detalhes, e, acima de tudo, uma conexão afetiva, mesmo que seja superficial. Um ménage à trois não se presta ao preenchimento desses requisitos. Alguém sempre recebe menos atenção que os outros, alguém sempre termina se colocando à distância e assistindo aos outros dois, alguém sempre fica de fora da conexão. E pelo que sei, uma relação sexual a três sempre acontece porque duas mulheres estão curiosas para ver como é darem prazer uma à outra e usam o homem como intermediário. O cara é só para quebrar o gelo, nada mais. Depois que a conversa engrena, ele é relegado ao papel de mero espectador. E se isso não acontecer, se ele se envolver, ele for um dos participantes ativos, uma das mulheres fica no banco passando os dedos na pele de alguém ou segurando a perna ou o braço de alguém para ajudar, mas não se integra no ato por completo. Que graça tem isso? É o cúmulo da gula. Duas pessoas, entregando-se, incitando-se, estimulando-se, rasgando-se todas, e depois consolando-se com beijos, isso sim é relação sexual. Qualquer outra coisa é só um número secundário do espetáculo."

Zach, personagem de Feliz de Verdade, de Scott Mebus