domingo, 21 de outubro de 2007

sobre skins

O gostoso de assistir a esse seriado é que as minhas expectativas eram baixas, achei que fosse acompanhar uma versão inglesa de 'Malhação', mas resolvi seguir a indicação do amigo Andy. Eis que me deparei com uma versão teen de 'Californication'.

É realmente sobre jovens, sobre seus desencontros, sobre suas aflições, enfim, quase tudo como em 'Malhação'. Mas a vantagem é que não é feito para criar uma juventude idiota que pensa que nenhum jovem transa ou faz coisas idiotas.

Trailer:


Eu recomendo para qualquer um, são apenas nove episódios cheios de coisas que realmente acontecem com jovens. Algumas são meio fora da realidade, claro, afinal é tudo ficção. Mas vale a pena o tempo gasto com downloads e tudo mais. Destaque para o último episódio. O final é divertidíssimo. Pra lembrar, a trilha sonora é:

"Now that I've lost everything to you
You say you wanna start something new
And it's breakin' my heart you're leavin'
Baby, I'm grievin'
But if you wanna leave, take good care
Hope you have a lot of nice things to wear
But then a lot of nice things turn bad out there

Oh, baby, baby, it's a wild world
It's hard to get by just upon a smile
Oh, baby, baby, it's a wild world
and I'll always remember you like a child, girl

You know I've seen a lot of what the world can do
And it's breakin' my heart in two
Because I never wanna see you sad, girl
Don't be a bad girl
But if you wanna leave, take good care
Hope you make a lot of nice friends out there
But just remember there's a lot of bad and beware

Baby, I love you
But if you wanna leave, take good care
Hope you make a lot of nice friends out there
But just remember there's a lot of bad and beware"

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

wtf

É possível estar cercado de gente por todos os lados e ainda assim se sentir, às vezes, sozinho? Vazio estranho o que senti hoje, uma sensação de distância de todo mundo que está ao redor e ao mesmo tempo uma angústia sem explicação.

Isso é sempre culpa da trilha sonora.
Virando o disco, agora.

domingo, 14 de outubro de 2007

sobre tropa de elite

Ok, é uma produção bem feita. Mas não foge em nada à escola norteamericana de cinema. Os diálogos totalmente planejados, como em todo bom blockbuster, são previsíveis, como o discurso do comandante, na celebração de início do curso para preparação do BOPE. Nada que realmente soe realista. O realismo, como em todo cinema brasileiro, só funciona de fato quando entra em cena a parte violenta do filme. Sim, nós devemos mesmo ter talento para a agressão, pois essa parte sempre soa real.

Talvez essa veia violenta me assuste ainda mais, quando ocorrem reações como a que o público tem durante a projeção. Imaginem: ver um garoto beirando seus 15 anos, sendo sufocado, espancado e destratado, até o ápice da ameaça de estupro por um cabo de vassoura enquanto todo o público ao seu redor sorri, como se de fato estivesse ouvindo uma piada. É triste pensar que pode-se viver numa sociedade que se diverte com a miséria e a humilhação alheia. Dói um pouquinho até.

E acreditem: a parte boa fica pela quantidade excessiva de palavrões e por todos os chavões que acabam mesmo virando piada, por serem frases ridículas ou extremamente originais, mas todas com alto teor de sarcasmo e um leve senso de justiça.

Quanto ao sucesso, não sei se veio em decorrência à baixa qualidade do cinema nacional ou aos exageros do cinema estrangeiro. Só sei que no fim das contas, "Tropa de Elite" é mesmo um dos melhores filmes brasileiros. E isso também me entristece. Conseguiremos nós, os brasileiros, fazermos uma comédia ou um terror que preste ou vamos ficar só refilmando tragédias do dia-a-dia pra tentar entrar no Oscar?

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

já acabou?

Comecei a lê-lo na segunda, não o li ontem e terminei hoje. Dois dias. Há tempos não devorava um livro com tanta avidez. Sabe aquelas histórias que não falam nada, sobre nada, nada acontece, nada muda, tudo se repete? Pois é. E mesmo assim consegue ser beeeem interessante. É divertido ler frases curtas que trazem detalhes exagerados. No fim, gostei muito do texto.

Vai uma boa parte:

"Amanhã é domingo. Não. Hoje é domingo. Deve estar para amanhecer. De noite bebemos um pouco e fomos deitar tarde, talvez à uma ou duas da manhã, meio bebadinhos. Me levanto, vou à cozinha. Como sempre, há baratas passeando e elas se escondem quando acendo a luz. Tomo água. Apago a luz. Vou ao banheiro e urino enquanto olho pela janela aberta. No telhado do vizinho, a poucos metros de mim, está um sujeito agachado, se mexendo para a frente e para trás. Fico observando com calma. A noite está clara e vejo só o seu perfil recortado contra umas mangueiras e abacateiros mais adiante. É, é um homem. Termino de urinar. Sacudo bem e deixo que fique pendurado. Estou nu. Me aproximo da janela. É, não há dúvida, é um sujeito jovem e magro que se mexe para a frente e para trás, como se estivesse olhando alguma coisa no quintal dos vizinhos e se escondesse de novo. Deve ser um ladrão ou um punheteiro. Sem pensar, grito para ele:

- Fora daí, filho-da-puta, ladrão, punheteiro, descarado! Fora daí!. Te corto a cabeça, espera que pego um machado e vou te cortar a cabeça!

Ele girou a cabeça lentamente e olhou para mim. Era um gato. Não se mexeu do lugar. Continuou imperturbável e eu olhei melhor."

Ainda bem que pela primeira vez na vida, comprei dois livros juntos. Vamos ao outro...