quinta-feira, 18 de setembro de 2008

sobre o grande mito masculino

"...Acredite, nunca valem a pena. Uma boa trepada exige concentração e atenção aos detalhes, e, acima de tudo, uma conexão afetiva, mesmo que seja superficial. Um ménage à trois não se presta ao preenchimento desses requisitos. Alguém sempre recebe menos atenção que os outros, alguém sempre termina se colocando à distância e assistindo aos outros dois, alguém sempre fica de fora da conexão. E pelo que sei, uma relação sexual a três sempre acontece porque duas mulheres estão curiosas para ver como é darem prazer uma à outra e usam o homem como intermediário. O cara é só para quebrar o gelo, nada mais. Depois que a conversa engrena, ele é relegado ao papel de mero espectador. E se isso não acontecer, se ele se envolver, ele for um dos participantes ativos, uma das mulheres fica no banco passando os dedos na pele de alguém ou segurando a perna ou o braço de alguém para ajudar, mas não se integra no ato por completo. Que graça tem isso? É o cúmulo da gula. Duas pessoas, entregando-se, incitando-se, estimulando-se, rasgando-se todas, e depois consolando-se com beijos, isso sim é relação sexual. Qualquer outra coisa é só um número secundário do espetáculo."

Zach, personagem de Feliz de Verdade, de Scott Mebus

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

discursos imaginários?

Uma das questões existenciais que ainda me fazem refletir sobre mim mesmo são os tais "discursos imaginários". Sabe quando você lembra de uma pessoa e se imagina em uma situação de conversa, discussão ou até mesmo de embate? É algo parecido. Todo o diálogo passa pela cabeça, como se tudo fosse um jogo armado.

Já me imaginei em discussões que variam de "papos cabeça" com amigos a entrevistas que eu possivelmente concederia a inquisidores conhecidos. É meio ridículo e infantil, mas faz parte da dita "humanidade".

O mais divertido é que esse processo sempre acontece de modo natural, começando pela lembrança da pessoa, seguida por uma situação hipotética que sai de um simples cruzamento de pensamentos. No fim das contas, sempre acabo me perguntando que diabos estou querendo com aquilo.

O fato é que essas conversas sempre nos fazem conhecer e saber mais sobre nós mesmos. Sabe o que eu descobri na última que tive?

Depois eu falo...

sábado, 29 de março de 2008

ying yang

Realmente a vida é uma eterna contradição. A gente nunca perde nada sem ganhar algo e vice-versa. O que incomoda realmente é que quando a perda é muito grande, o que se ganha nem sempre vem à altura. Ontem foi aniversário de uma grande perda na minha vida e as 'compensações' que vieram após esse acontecimento não são nem de perto comparáveis. A gente perde alguém que ama e ganha responsabilidades. Não é nada justo, definitivamente, mas nem tudo a gente consegue escolher. De fato, prefiro tentar ver as coisas como se fossem um 'perde e ganha'.

O pior da perda é quando a gente começa a esquecer do que nos lembra do que foi perdido. Quando os cheiros que nos lembravam passam a nos lembrar outras coisas. Quando as imagens e conversas que sempre remeteriam àqueles pensamentos saudosos passam despercebidos e, no momento em que temos consciência, notamos que esquecemos tudo aquilo.

Enfim, não há como discutir com algumas fatalidades e eu não tô com saco pra brigar com o destino. Mas que ele é cruel, é.

quinta-feira, 13 de março de 2008

the ego

Eis que refletindo, notei que migrei de um eu totalmente anti-social para um alterego sociável e otimista. Notem, nada daquelas coisas extremamente sorridentes que dão nojo em qualquer cristão ou pagão. Apenas alguém um pouco mais 'suave', aberto à vida em sociedade.

Obviamente, muito disso é conseqüência da entrada do álcool no cardápio dos fins de semana. Mas talvez um pouco também seja resultado de uma vontade inconsciente de socialização. Mais precisamente, uma fuga da solidão e da reflexão excessiva. Às vezes o caminho natural é o contrário, a introspecção, o isolamento. Como todo ser que envelhece, fica-se rabugento e exigente, controlador e seletivo, manipulador e observador... Não que eu tenha abandonado esse lado obscuro e delicioso. Só que esse é um daqueles momentos em que a busca principal é por movimento, por efemeridade, diversão e companhias calorosas.

No fim das contas, é triste, mas real: a gente é tão egoísta que não quer ficar só porque pensamos apenas em nós mesmos.

sábado, 19 de janeiro de 2008

momentos

Uma semana depois do Laboratório, eu começo a refletir sobre o quanto é feliz e ao mesmo tempo triste lembrar de momentos bons que passaram. O triste de tudo é saber que eles passaram. Ficar lembrando e pensar que nenhum momento se repete com a mesma intensidade pode deixar a gente meio melancólico.

O positivo disso tudo é saber que aqueles momentos aconteceram e encheram nossas cabeças de alegria por algum tempo. As boas recordações são a parte mais importante do que a gente chama de 'nossa história'. 2008, pelo menos, começou um pouco mais agradável que o ano passado. Os momentos iniciais trouxeram mais alegrias que tristezas e eu até tenho uma pontinha de otimismo para esse ano. A palavra de ordem agora é movimento. Tá na hora de começar a me mexer e fazer algumas coisas por mim mesmo.

Tempo de despertar.