quarta-feira, 3 de outubro de 2007

já acabou?

Comecei a lê-lo na segunda, não o li ontem e terminei hoje. Dois dias. Há tempos não devorava um livro com tanta avidez. Sabe aquelas histórias que não falam nada, sobre nada, nada acontece, nada muda, tudo se repete? Pois é. E mesmo assim consegue ser beeeem interessante. É divertido ler frases curtas que trazem detalhes exagerados. No fim, gostei muito do texto.

Vai uma boa parte:

"Amanhã é domingo. Não. Hoje é domingo. Deve estar para amanhecer. De noite bebemos um pouco e fomos deitar tarde, talvez à uma ou duas da manhã, meio bebadinhos. Me levanto, vou à cozinha. Como sempre, há baratas passeando e elas se escondem quando acendo a luz. Tomo água. Apago a luz. Vou ao banheiro e urino enquanto olho pela janela aberta. No telhado do vizinho, a poucos metros de mim, está um sujeito agachado, se mexendo para a frente e para trás. Fico observando com calma. A noite está clara e vejo só o seu perfil recortado contra umas mangueiras e abacateiros mais adiante. É, é um homem. Termino de urinar. Sacudo bem e deixo que fique pendurado. Estou nu. Me aproximo da janela. É, não há dúvida, é um sujeito jovem e magro que se mexe para a frente e para trás, como se estivesse olhando alguma coisa no quintal dos vizinhos e se escondesse de novo. Deve ser um ladrão ou um punheteiro. Sem pensar, grito para ele:

- Fora daí, filho-da-puta, ladrão, punheteiro, descarado! Fora daí!. Te corto a cabeça, espera que pego um machado e vou te cortar a cabeça!

Ele girou a cabeça lentamente e olhou para mim. Era um gato. Não se mexeu do lugar. Continuou imperturbável e eu olhei melhor."

Ainda bem que pela primeira vez na vida, comprei dois livros juntos. Vamos ao outro...

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