"R saía da festa, atendendo a um chamado de trabalho. Já passava de duas da manhã e a ligação inoportuna requeria certa urgência. Sem pestanejar, pagou a conta, puxou L pelo braço e saiu. Ao entrar no carro, L não parecia muito feliz com a saída repentina. R desconversou, pediu compreensão, acendeu um cigarro, deu a partida e saiu devagar. Ao virar a esquina, da penumbra, surgiu um oficial de não-se-sabe-onde e indicou o acostamento.
A surpresa só permitiu a R, que bebia há mais de seis horas ininterruptas, exclamar: "Perdi!"
Com o carro parado, apagando disfarçadamente seu Marlboro Lights na lateral de seu tênis verde, R abaixou o vidro e calmamente soltou um desarmador "Boa noite!", acompanhado de um nervoso, porém bem disfarçado, sorriso. O diálogo decorreu com uma inesperada fluidez:
- Boa noite! Documentos do veículo e carteira de habilitação, por favor - pediu o policial.
- Pois não - respondeu R enquanto libertava-se do cinto e buscava os documentos no porta-luvas superior - Aqui está!
- O senhor ingeriu alguma substância alcoólica hoje, senhor... R?
- De forma alguma. - respondeu, coçando a testa para disfarçar o suor recente.
- E o senhor tem algo contra fazer o teste do bafômetro? - indagou o guarda.
- Não senhor, pode trazer. - disparou prontamente, transpirando um falso fleumatismo.
- Me aguarde por um minuto.
Enquanto esse "minuto" parecia durar horas, L perguntou, temerosa:
- O que você tem na cabeça? Vai fazer esse bafômetro e vai perder com certeza.
Respirando por instantes de sinceridade, R disse:
- E cê queria que eu dissesse que não ia fazer? Se tivesse dito isso, a essa hora, já tava tomando uns sopapo, algemado. Calma aí - pediu - que ele tá voltando.
- O senhor tem certeza que não bebeu nada hoje?
- Sim senhor, policial. Só vim buscar a menina. - mentiu, tremendo por dentro mas transpirando uma confiança da qual nunca tinha feito uso.
- Hmm... - ponderou o oficial - Ok, o senhor pode ir. Obrigado e boa noite.
- Boa noite, senhor! - disse, quase como um suspiro. - Bom trabalho!
Enquanto ligava o carro e afivelava o cinto, prometeu:
- Amor, não bebo quando for dirigir enquanto não mudar pra cá...
E seguiu embriagado, em direção ao trabalho para tentar ludibriar mais alguns."
Mostrando postagens com marcador nonsense. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador nonsense. Mostrar todas as postagens
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
sábado, 25 de julho de 2009
o que eu quero
Nesse exato momento, a primeira coisa que passa na cabeça é uma blasfêmia: queria dar só um tapa na cara de Deus, pra descontar os tantos que Ele anda me dando ultimamente. Se é que ele existe.
Palavra tem poder? Tem. Mas azar tem muito mais. Como pode?
Enfim, tô cansado de tentar me corrigir e fazer as coisas direito e nunca ver nenhum tipo de resultado positivo. É coisa de gente que só reclama? Talvez... Mas o fato é que me mata de raiva saber que tem tanta gente que tem tanta sorte e só se dá bem enquanto tudo é difícil pra mim. Eu tô meio cansado de me dar mal, sabia?
Valeu, Deus. Dois a zero pra Você, Djowzinho...
Palavra tem poder? Tem. Mas azar tem muito mais. Como pode?
Enfim, tô cansado de tentar me corrigir e fazer as coisas direito e nunca ver nenhum tipo de resultado positivo. É coisa de gente que só reclama? Talvez... Mas o fato é que me mata de raiva saber que tem tanta gente que tem tanta sorte e só se dá bem enquanto tudo é difícil pra mim. Eu tô meio cansado de me dar mal, sabia?
Valeu, Deus. Dois a zero pra Você, Djowzinho...
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
bee-aitch stands for...
Aqui vamos nós de novo. "Infatuation", diz o Billie Joey.
E sinto a motivação perfeita para ouvir músicas depressivas e ficar aqui com o chove-não-molha. Tudo bem, acabo acreditando nos sentimentos. E estar aqui, mais uma vez é realmente conhecer o lado bom da vida.
Confesso, estou de saco cheio de toda essa efemeridade. As coisas passam tão rápido, como foi o mês de janeiro (ou aqueles sete dias), que acabo por pensar em estar perdendo tempo e caminhando para um fim sem realizações. O conforto é lembrar dos momentos, do quão singulares e deliciosos foram cada um deles. Mas a parte ruim é não tê-los - ou não poder ter - toda a hora em que se tem vontade. Principalmente quando o desejo de que aquilo se torne uma rotina não pode ser realizado. Seja por falta de alcance, seja por motivos sob os quais temos controle.
Quando leio a palavra "saudade", sinto-me realmente orgulhoso por ter nascido sob a língua portuguesa. Não há outro verbete que expresse tão bem um sentimento como esse.
I've seen you darling, seen you hanging round town
You in a short skirt, shining eyes of deep brown
You had a dirty look, you caught me on your hook
Turn up the thermostat, I want to see you sweat
Oh yeah, girl, you've got something I like...
I walked right over, said "hi, how ya doin'?"
You smiled at me and girl you tore right through me
I said come on let's dance, we've got to take our chance
You whispered in my ear, "you wanna get out of here?"
Can you feel it? Rocking the city
Ah yeah, straight out of nowhere-ness
Like a fist, can't resist you, oh no
I tell you something
Goodness
No, I've never known a night like this
Can't believe it, you're so hard to beat
Hard to beat
E sinto a motivação perfeita para ouvir músicas depressivas e ficar aqui com o chove-não-molha. Tudo bem, acabo acreditando nos sentimentos. E estar aqui, mais uma vez é realmente conhecer o lado bom da vida.
Confesso, estou de saco cheio de toda essa efemeridade. As coisas passam tão rápido, como foi o mês de janeiro (ou aqueles sete dias), que acabo por pensar em estar perdendo tempo e caminhando para um fim sem realizações. O conforto é lembrar dos momentos, do quão singulares e deliciosos foram cada um deles. Mas a parte ruim é não tê-los - ou não poder ter - toda a hora em que se tem vontade. Principalmente quando o desejo de que aquilo se torne uma rotina não pode ser realizado. Seja por falta de alcance, seja por motivos sob os quais temos controle.
Quando leio a palavra "saudade", sinto-me realmente orgulhoso por ter nascido sob a língua portuguesa. Não há outro verbete que expresse tão bem um sentimento como esse.
I've seen you darling, seen you hanging round town
You in a short skirt, shining eyes of deep brown
You had a dirty look, you caught me on your hook
Turn up the thermostat, I want to see you sweat
Oh yeah, girl, you've got something I like...
I walked right over, said "hi, how ya doin'?"
You smiled at me and girl you tore right through me
I said come on let's dance, we've got to take our chance
You whispered in my ear, "you wanna get out of here?"
Can you feel it? Rocking the city
Ah yeah, straight out of nowhere-ness
Like a fist, can't resist you, oh no
I tell you something
Goodness
No, I've never known a night like this
Can't believe it, you're so hard to beat
Hard to beat
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
"What came first, the music or the misery? People worry about kids playing with guns, or watching violent videos, that some sort of culture of violence will take them over. Nobody worries about kids listening to thousands, literally thousands of songs about heartbreak, rejection, pain, misery and loss. Did I listen to pop music because I was miserable? Or was I miserable because I listened to pop music?"
Acho que acordei precisando assistir a "High Fidelity" de novo, depois de ouvir tanta música triste no mesmo dia. =~
Acho que acordei precisando assistir a "High Fidelity" de novo, depois de ouvir tanta música triste no mesmo dia. =~
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
novo de novo
Ok, chegou o ano novo. Vamos ver se meu ânimo se renova com a desculpa de uma festa de reveillon regada a muito àlcool. Claro, àlcool em quantidades moderadas é sempre bom. Em quantidades excessivas é sempre ótimo, desde que role um amigo da vez. Mas... não é de vodka que quero falar.
Nem sei o que estou fazendo aqui, a bem da verdade. Mas "é com imenso prazer que pego neste teclado para digitar essas bem justificadas linhas". Puta, estou velho mesmo. Pra entender essa piada, provavelmente a pessoa precisa ter nascido na década de 80, ou menos. Velhices à parte, sinto falta de escrever. Não sei o que me trouxe essa onda de desmotivação do meio pro final de 2008. Talvez uma estranha nostalgia de coisas que de fato nunca tive, mas pensei ter; ou talvez o meu "foda-se-ômetro" tenha se quebrado e mandei tudo às favas em quantidade maior que a necessária. Quer saber? O motivo nem me interessa. Só sei que quem inventou essa de reveillon sabia o que fazia. A gente realmente cai nessa marmota de "tudo novo" e cria um pouco menos de razões para ficar na inércia.
E eu estou nela há algum tempo. Em 2008 fiz muitas coisas boas (mas sem futuro) e poucas ruins, mas eu sempre consigo me superar nas ruins. As últimas das quais me lembro foi falar umas besteiras sobre alguém e fumar aquele troço nojento, tudo no mesmo dia. Descobri que ambas não são pra mim. Ao menos uma delas me trouxe algo bom, que foi uma pontinha de paz. Ao fazer merda, a gente acaba conhecendo um pouco mais sobre nós mesmos.
O fato é que 2009 tá aí, eu estou menos à toa, lendo mais e feliz por ter ganho no meu aniversário o livro "Feliz de Verdade" de Scott Mebus (valeu emo!). Divertido e descontraído, sem final clichê, levou SEIS MESES pra ser lido. O último post, inclusive foi uma passagem dele. Foi um parto ler em 2008, mas em 2009 começo logo por "Neuromancer", para atender à minha promessa de ano novo de ler mais clássicos.
E saindo da inércia no último dia do primeiro mês, vou, finalmente, me envolver novamente na organização de uma festa. Espero que 2009 dê certo. Não vou falar de amor agora para deixar algo para depois e não contaminar esse post com minha boa dose de pessimismo sobre o assunto.
Valeu a quem ainda perde tempo vindo aqui. ;)
Nem sei o que estou fazendo aqui, a bem da verdade. Mas "é com imenso prazer que pego neste teclado para digitar essas bem justificadas linhas". Puta, estou velho mesmo. Pra entender essa piada, provavelmente a pessoa precisa ter nascido na década de 80, ou menos. Velhices à parte, sinto falta de escrever. Não sei o que me trouxe essa onda de desmotivação do meio pro final de 2008. Talvez uma estranha nostalgia de coisas que de fato nunca tive, mas pensei ter; ou talvez o meu "foda-se-ômetro" tenha se quebrado e mandei tudo às favas em quantidade maior que a necessária. Quer saber? O motivo nem me interessa. Só sei que quem inventou essa de reveillon sabia o que fazia. A gente realmente cai nessa marmota de "tudo novo" e cria um pouco menos de razões para ficar na inércia.
E eu estou nela há algum tempo. Em 2008 fiz muitas coisas boas (mas sem futuro) e poucas ruins, mas eu sempre consigo me superar nas ruins. As últimas das quais me lembro foi falar umas besteiras sobre alguém e fumar aquele troço nojento, tudo no mesmo dia. Descobri que ambas não são pra mim. Ao menos uma delas me trouxe algo bom, que foi uma pontinha de paz. Ao fazer merda, a gente acaba conhecendo um pouco mais sobre nós mesmos.
O fato é que 2009 tá aí, eu estou menos à toa, lendo mais e feliz por ter ganho no meu aniversário o livro "Feliz de Verdade" de Scott Mebus (valeu emo!). Divertido e descontraído, sem final clichê, levou SEIS MESES pra ser lido. O último post, inclusive foi uma passagem dele. Foi um parto ler em 2008, mas em 2009 começo logo por "Neuromancer", para atender à minha promessa de ano novo de ler mais clássicos.
E saindo da inércia no último dia do primeiro mês, vou, finalmente, me envolver novamente na organização de uma festa. Espero que 2009 dê certo. Não vou falar de amor agora para deixar algo para depois e não contaminar esse post com minha boa dose de pessimismo sobre o assunto.
Valeu a quem ainda perde tempo vindo aqui. ;)
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
sobre o grande mito masculino
"...Acredite, nunca valem a pena. Uma boa trepada exige concentração e atenção aos detalhes, e, acima de tudo, uma conexão afetiva, mesmo que seja superficial. Um ménage à trois não se presta ao preenchimento desses requisitos. Alguém sempre recebe menos atenção que os outros, alguém sempre termina se colocando à distância e assistindo aos outros dois, alguém sempre fica de fora da conexão. E pelo que sei, uma relação sexual a três sempre acontece porque duas mulheres estão curiosas para ver como é darem prazer uma à outra e usam o homem como intermediário. O cara é só para quebrar o gelo, nada mais. Depois que a conversa engrena, ele é relegado ao papel de mero espectador. E se isso não acontecer, se ele se envolver, ele for um dos participantes ativos, uma das mulheres fica no banco passando os dedos na pele de alguém ou segurando a perna ou o braço de alguém para ajudar, mas não se integra no ato por completo. Que graça tem isso? É o cúmulo da gula. Duas pessoas, entregando-se, incitando-se, estimulando-se, rasgando-se todas, e depois consolando-se com beijos, isso sim é relação sexual. Qualquer outra coisa é só um número secundário do espetáculo."
Zach, personagem de Feliz de Verdade, de Scott Mebus
Zach, personagem de Feliz de Verdade, de Scott Mebus
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
discursos imaginários?
Uma das questões existenciais que ainda me fazem refletir sobre mim mesmo são os tais "discursos imaginários". Sabe quando você lembra de uma pessoa e se imagina em uma situação de conversa, discussão ou até mesmo de embate? É algo parecido. Todo o diálogo passa pela cabeça, como se tudo fosse um jogo armado.
Já me imaginei em discussões que variam de "papos cabeça" com amigos a entrevistas que eu possivelmente concederia a inquisidores conhecidos. É meio ridículo e infantil, mas faz parte da dita "humanidade".
O mais divertido é que esse processo sempre acontece de modo natural, começando pela lembrança da pessoa, seguida por uma situação hipotética que sai de um simples cruzamento de pensamentos. No fim das contas, sempre acabo me perguntando que diabos estou querendo com aquilo.
O fato é que essas conversas sempre nos fazem conhecer e saber mais sobre nós mesmos. Sabe o que eu descobri na última que tive?
Depois eu falo...
Já me imaginei em discussões que variam de "papos cabeça" com amigos a entrevistas que eu possivelmente concederia a inquisidores conhecidos. É meio ridículo e infantil, mas faz parte da dita "humanidade".
O mais divertido é que esse processo sempre acontece de modo natural, começando pela lembrança da pessoa, seguida por uma situação hipotética que sai de um simples cruzamento de pensamentos. No fim das contas, sempre acabo me perguntando que diabos estou querendo com aquilo.
O fato é que essas conversas sempre nos fazem conhecer e saber mais sobre nós mesmos. Sabe o que eu descobri na última que tive?
Depois eu falo...
sábado, 29 de março de 2008
ying yang
Realmente a vida é uma eterna contradição. A gente nunca perde nada sem ganhar algo e vice-versa. O que incomoda realmente é que quando a perda é muito grande, o que se ganha nem sempre vem à altura. Ontem foi aniversário de uma grande perda na minha vida e as 'compensações' que vieram após esse acontecimento não são nem de perto comparáveis. A gente perde alguém que ama e ganha responsabilidades. Não é nada justo, definitivamente, mas nem tudo a gente consegue escolher. De fato, prefiro tentar ver as coisas como se fossem um 'perde e ganha'.
O pior da perda é quando a gente começa a esquecer do que nos lembra do que foi perdido. Quando os cheiros que nos lembravam passam a nos lembrar outras coisas. Quando as imagens e conversas que sempre remeteriam àqueles pensamentos saudosos passam despercebidos e, no momento em que temos consciência, notamos que esquecemos tudo aquilo.
Enfim, não há como discutir com algumas fatalidades e eu não tô com saco pra brigar com o destino. Mas que ele é cruel, é.
O pior da perda é quando a gente começa a esquecer do que nos lembra do que foi perdido. Quando os cheiros que nos lembravam passam a nos lembrar outras coisas. Quando as imagens e conversas que sempre remeteriam àqueles pensamentos saudosos passam despercebidos e, no momento em que temos consciência, notamos que esquecemos tudo aquilo.
Enfim, não há como discutir com algumas fatalidades e eu não tô com saco pra brigar com o destino. Mas que ele é cruel, é.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
living for the weekend pt. 2
A graça de um fim de semana é diretamente proporcional à quantidade de gente divertida, simpática e interessante que a gente encontra. É animadora uma volta por uma festa onde a gente se sente em casa. Eu falo isso do Laboratório porque é uma família divertida, que se encontra uma vez por mês. Quem vai pela primeira vez - como aconteceu com um amigo meu, a quem convidei - e é uma pessoa de mente aberta, acaba compelido a voltar.
Claro que tem muita gente que vai e não volta mais, porque se assusta com uma coisa ou outra, ou não está preparado para ir a um lugar onde as aparências não ficam necessariamente em primeiro plano. Os caras vão pra dançar, as minas também. Olha que esquisito (para a maioria) né?
Minha casa! =]
Claro que tem muita gente que vai e não volta mais, porque se assusta com uma coisa ou outra, ou não está preparado para ir a um lugar onde as aparências não ficam necessariamente em primeiro plano. Os caras vão pra dançar, as minas também. Olha que esquisito (para a maioria) né?
Minha casa! =]
terça-feira, 13 de novembro de 2007
jungle rock
Se a minha viagem acabasse hoje, já teria valido a pena. Em dois curtos dias, já conheci muita gente que só existia pela internet e andei um bocado, uma boa passeada por lugares divertidos com pessoas interessantes. Não que Brasília não tenha isso, mas eu bem carecia de uma mudança de ares. E acabei em São Paulo, um zoológico humano que me seduz de maneira quase indescritível.
Tem festa boa de música eletrônica quase todo dia por aqui. Com gente grande e famosa que traz sons de qualidade. E quando não tiver algo que apeteça, com certeza há um bom lugar para sair para comer com os amigos. Eu tive saudade de Brasília no sábado, mas seriam só algumas horas e a variada compensou mais que a repetição.
É ótimo virar esquinas desconhecidas, cruzar com pessoas que não verei nunca mais, rir de piadas novas e rever gente que vale a pena ser revista. Nada como viajar para uma selva de pedra.
Coisas para se fazer e se sentir numa cidade grande:
- andar de metrô contra o fluxo do rush;- andar na Av. Paulista no frio, na hora do almoço;
- subir a Augusta depois das nove da noite, na hora em que tudo tá se transformando;
- não conseguir ver um céu exatamente limpo;
- ter festas boas, com várias opções todas as noites;
- ir à lojas inusitadas, com coisas diferentes e não resistir.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
wtf
É possível estar cercado de gente por todos os lados e ainda assim se sentir, às vezes, sozinho? Vazio estranho o que senti hoje, uma sensação de distância de todo mundo que está ao redor e ao mesmo tempo uma angústia sem explicação.
Isso é sempre culpa da trilha sonora.
Virando o disco, agora.
Isso é sempre culpa da trilha sonora.
Virando o disco, agora.
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
mais um anti-herói
Uma das coisas que definitivamente tenho em comum com o amigo Falcão é o gosto pelos anti-heróis. Eu já mostrei aqui mesmo grande apreço por um deles, talvez o mais sinistro.
E volto pra manifestar toda a minha empatia com mais um. Californication é a nova série no rol de favoritos. Foi-me apresentada pela minha querida e com o episódio piloto já é uma das essenciais.
A trama: Hank Moody, representado por David Duchovny (o agente Mulder de "Arquivo X"), é um escritor, autor de um best-seller só. Depois de ter sido traído e abandonado pela noiva, com quem tem uma filha, resolve gastar todo o seu tempo seduzindo mulheres e insultando pessoas. Para melhorar a trama, sua filha, pré-adolescente, começa a se envolver com drogas e sexo, seguindo o bom exemplo do pai.
O piloto foi mais que suficiente para me fazer apaixonar por mais um cretino sacana, que faz piada de quase tudo ao seu redor. Claro que ele também tem um lado idiota, carente e sensível, mas quem não tem? Recomendadíssimo, mas tirem as crianças da sala. Hank transa quase o tempo todo e o camera man não poupa muita coisa.
O Trailer:
E volto pra manifestar toda a minha empatia com mais um. Californication é a nova série no rol de favoritos. Foi-me apresentada pela minha querida e com o episódio piloto já é uma das essenciais.
A trama: Hank Moody, representado por David Duchovny (o agente Mulder de "Arquivo X"), é um escritor, autor de um best-seller só. Depois de ter sido traído e abandonado pela noiva, com quem tem uma filha, resolve gastar todo o seu tempo seduzindo mulheres e insultando pessoas. Para melhorar a trama, sua filha, pré-adolescente, começa a se envolver com drogas e sexo, seguindo o bom exemplo do pai.
O piloto foi mais que suficiente para me fazer apaixonar por mais um cretino sacana, que faz piada de quase tudo ao seu redor. Claro que ele também tem um lado idiota, carente e sensível, mas quem não tem? Recomendadíssimo, mas tirem as crianças da sala. Hank transa quase o tempo todo e o camera man não poupa muita coisa.
O Trailer:
quinta-feira, 26 de julho de 2007
gosto esdrúxulo
Essa história de não ter sistema de som no carro tem mesmo seus dois lados.
O lado ruim é sentir falta de uma trilha sonora diária, acompanhando cada itinerário. Como eu dirijo no mínimo uns 70 quilômetros por dia, seria uma boa saída para relaxar. Se bem que eu relaxo quando dirijo, então talvez o gasto não seja tão necessário assim.
Mas o lado bom me motiva ainda mais a não me preocupar muito com isso. Tenho uma facilidade absurda para memorizar letras de músicas idiotas e fáceis, a maioria que não agrada ao meu gosto. Quando se tem som no carro, fatalmente a gente se pega ouvindo rádio. E é aí que mora o perigo.
Paro por um momento, pensando, viajando nas paisagens da minha cidade horizontal e no momento em que me dou conta, percebo que estou cantarolando alguma coisa da qual nem gosto, mas, surpreendentemente, sei toda a letra.
Os amigos que me acompanham em algumas das voltas pela cidade é que sofrem. E como os exemplos são sempre a melhor maneira de ilustrar algo, fica abaixo o meu top three das últimas duas semanas, ou seja, as últimas pérolas que eu desenterrei cantando enquanto dirigia (ainda bem que eu não ouço as FMs hoje...).
1 - Meu Vaqueiro, Meu Peão - Mastruz com Leite
2 - Panela Velha - Sérgio Reis
3 - Hoje Eu Vou Pagodear - 100%
É por isso que eu odeio e evito ouvir funk. =]
O lado ruim é sentir falta de uma trilha sonora diária, acompanhando cada itinerário. Como eu dirijo no mínimo uns 70 quilômetros por dia, seria uma boa saída para relaxar. Se bem que eu relaxo quando dirijo, então talvez o gasto não seja tão necessário assim.
Mas o lado bom me motiva ainda mais a não me preocupar muito com isso. Tenho uma facilidade absurda para memorizar letras de músicas idiotas e fáceis, a maioria que não agrada ao meu gosto. Quando se tem som no carro, fatalmente a gente se pega ouvindo rádio. E é aí que mora o perigo.
Paro por um momento, pensando, viajando nas paisagens da minha cidade horizontal e no momento em que me dou conta, percebo que estou cantarolando alguma coisa da qual nem gosto, mas, surpreendentemente, sei toda a letra.
Os amigos que me acompanham em algumas das voltas pela cidade é que sofrem. E como os exemplos são sempre a melhor maneira de ilustrar algo, fica abaixo o meu top three das últimas duas semanas, ou seja, as últimas pérolas que eu desenterrei cantando enquanto dirigia (ainda bem que eu não ouço as FMs hoje...).
1 - Meu Vaqueiro, Meu Peão - Mastruz com Leite
2 - Panela Velha - Sérgio Reis
3 - Hoje Eu Vou Pagodear - 100%
É por isso que eu odeio e evito ouvir funk. =]
quarta-feira, 4 de julho de 2007
sobre boas maneiras
Por que precisamos dessas tais boas maneiras?
Ontem, durante o horário do lanche, pude perceber um olhar curioso de uma criança em minha direção. No exato momento que notei o guri, ele perguntava para a mãe o porquê de ele não poder colocar os cotovelos sobre a mesa enquanto alguém do lado podia. A mãe ficou numa bela saia justa, pois não conseguiu explicar para ele por estar próxima a mim e pelo medo de uma retratação da minha parte. No fim das contas, a minha vontade era dizer pra ele que o único certo da história era ele mesmo, por questionar essas bobagens que a gente ouve e tem que seguir.
Cotovelo em cima da mesa, para mim, é sinal de conforto e não de falta de educação. É aquela velha história dos costumes... Se todo mundo fosse ensinado desde criança a colocar brincos nas sobrancelhas, furar a orelha seria coisa de gente underground, e a abominável prática de perfuração auricular seria considerada hedionda por todas as tradicionais famílias brasileiras. Viver em sociedade é mesmo uma merda.
"And if a double-decker bus crushed into us
To die by your side It's such a hevently way to die
And if a ten-ton truck kills the both of us
To die by your side
Well the pleasure and the priviledge it's mine"
Ontem, durante o horário do lanche, pude perceber um olhar curioso de uma criança em minha direção. No exato momento que notei o guri, ele perguntava para a mãe o porquê de ele não poder colocar os cotovelos sobre a mesa enquanto alguém do lado podia. A mãe ficou numa bela saia justa, pois não conseguiu explicar para ele por estar próxima a mim e pelo medo de uma retratação da minha parte. No fim das contas, a minha vontade era dizer pra ele que o único certo da história era ele mesmo, por questionar essas bobagens que a gente ouve e tem que seguir.
Cotovelo em cima da mesa, para mim, é sinal de conforto e não de falta de educação. É aquela velha história dos costumes... Se todo mundo fosse ensinado desde criança a colocar brincos nas sobrancelhas, furar a orelha seria coisa de gente underground, e a abominável prática de perfuração auricular seria considerada hedionda por todas as tradicionais famílias brasileiras. Viver em sociedade é mesmo uma merda.
"And if a double-decker bus crushed into us
To die by your side It's such a hevently way to die
And if a ten-ton truck kills the both of us
To die by your side
Well the pleasure and the priviledge it's mine"
quarta-feira, 30 de maio de 2007
por outro lado...
Cansei de ver as coisas de forma negativa. Hoje fui premiado mais uma vez. No caminho para o trabalho, o marcador de gasolina do carro - emprestado pelo cara que bateu no meu - anunciava que o nível do combustível estava perto de um quarto de tanque. De repente, a quinta marcha não acelerava. Nem a quarta. Nem a terceira. Nenhuma.
Depois de notar que a gasolina havia acabado, fui deixando o carro encostar e liguei pra minha irmã salvadora. Ainda bem que podemos contar com a família.
Enfim, se alguém, por algum acaso tropeçar em uma forma que pareça com um osso, favor desenterrar o objeto. Quem sabe não é a cabeça de bode que enterraram pra fazer o "trabalho" contra mim...
Isso tá virando é blog de humor. Mas agora eu me divirto junto.
Depois de notar que a gasolina havia acabado, fui deixando o carro encostar e liguei pra minha irmã salvadora. Ainda bem que podemos contar com a família.
Enfim, se alguém, por algum acaso tropeçar em uma forma que pareça com um osso, favor desenterrar o objeto. Quem sabe não é a cabeça de bode que enterraram pra fazer o "trabalho" contra mim...
Isso tá virando é blog de humor. Mas agora eu me divirto junto.
terça-feira, 22 de maio de 2007
nevermind the bollocks
Gostaria de poder ser um pouco menos impotente diante das porcarias que me acontecem no dia-a-dia. A notícia de hoje é que ficarer mais uns dias sem o carro. A velha desculpa da peça que nunca chega a tempo, do problema decorrente da falta dela e toda essa baboseira de quem é incompetente o suficiente para não conseguir fazer o próprio trabalho.
Eu recomendo a qualquer pessoa que compre um carro da Peugeot. O motor é maravilhoso, o acabamento ótimo, um belo conforto e o design, inquestionável. Só não o recomendo para as pessoas que vivem em Brasília. O motivo? As duas concessionárias daqui pertencem à mesma pessoa. E esse dono, mantém o mesmo nível de "excelência" em suas duas franquias.
O serviço mecânico é ridículo, não possuem o equipamento necessário para reparos mais sérios e precisam terceirizar serviço e o atendimento ao cliente é o mais ridículo ao qual já fui submetido. Se você vive em Brasília e se envolveu em uma batida séria, que avariou muito o carro, mande-o para a concessionária de Goiânia. Seu carro será consertado por gente mais capaz e será entregue, provavelmente, em bem menos tempo.
Gostaria que alguém que realmente importa lesse isso, mas a gente sabe que mesmo sendo ouvido, pode-se facilmente ser ignorado. Enfim... Deixa pra lá.
Eu recomendo a qualquer pessoa que compre um carro da Peugeot. O motor é maravilhoso, o acabamento ótimo, um belo conforto e o design, inquestionável. Só não o recomendo para as pessoas que vivem em Brasília. O motivo? As duas concessionárias daqui pertencem à mesma pessoa. E esse dono, mantém o mesmo nível de "excelência" em suas duas franquias.
O serviço mecânico é ridículo, não possuem o equipamento necessário para reparos mais sérios e precisam terceirizar serviço e o atendimento ao cliente é o mais ridículo ao qual já fui submetido. Se você vive em Brasília e se envolveu em uma batida séria, que avariou muito o carro, mande-o para a concessionária de Goiânia. Seu carro será consertado por gente mais capaz e será entregue, provavelmente, em bem menos tempo.
Gostaria que alguém que realmente importa lesse isso, mas a gente sabe que mesmo sendo ouvido, pode-se facilmente ser ignorado. Enfim... Deixa pra lá.
terça-feira, 8 de maio de 2007
transporte público
Depois de UMA hora completa na parada de ônibus esperando minha condução para casa, notei a falta que me faz meu carro. Depois da burrada de acertar uma pilastra e da bobagem de negar o carro reserva para economizar, descobri que o transporte público de Brasília é um lixo, como em qualquer outro lugar deste imenso país.
Esperando todo aquele tempo, ouvi uma hora inteira do programa do Hype na última semana. Muita novidade boa no drum'n bass. Mas a raiva ia e voltava a toda hora. Passaram apenas OITO ônibus com destino ao Recanto das Emas. Será que mora tanta gente assim lá?
Enfim, vou mergulhar na música que eu ganho mais. Ódio!
Esperando todo aquele tempo, ouvi uma hora inteira do programa do Hype na última semana. Muita novidade boa no drum'n bass. Mas a raiva ia e voltava a toda hora. Passaram apenas OITO ônibus com destino ao Recanto das Emas. Será que mora tanta gente assim lá?
Enfim, vou mergulhar na música que eu ganho mais. Ódio!
segunda-feira, 30 de abril de 2007
adjetivos indesejáveis
Tem dias em que a gente não quer ver muita gente, não quer muita agitação. Só pra aproveitar um pouco a depressividade de não se fazer nada. Ser feliz demais não tem graça.
Daí já vem o gancho que me leva a lembrar de duas 'qualidades', na verdade apenas adjetivos, que me fazem ter preguiça de algumas pessoas. Os dois verbetes constam na letra "E" do papai dos burros.
O primeiro deles (dos adjetivos) é 'Expansivo'. O dicionário o define como 'franco, comunicativo'. Ao meu ver, define sim essa habilidade comunicacional, mas de maneira exagerada. Aliás, exagero também começa com "E". Enfim, eu tenho uma profunda preguiça de pessoas expansivas, que chegam e acham que são donas dos lugares, que falam alto, gritam pra chamar a atenção pra si, ligam o som a todo o volume e por aí vai. Essas pessoas deveriam voltar algumas páginas do amado Aurélio e optarem pelo adjetivo 'discreto'.
O outro é 'Efusivo'. Na verdade, são sinônimos, mas a efusividade caminha mais para o lado da alegria excessiva. Alegria é algo necessário para a vida. Mas além de não ter o menor saco para felicidade incontrolável, eu desconfio das pessoas felizes demais. Elas se mantém sempre alegres o suficiente para parecerem não ter motivos para sofrer ou ficarem sérias. Daí a minha desconfiança. Felicidade demais, pra mim é sinônimo de morte próxima. Se tudo anda certo demais na sua vida, amigo, comece a olhar por cima de seu ombro. Algo está a caminho. Mas pode ser apenas pra quebrar a felicidade, né? Nada tão negativo.
Daí já vem o gancho que me leva a lembrar de duas 'qualidades', na verdade apenas adjetivos, que me fazem ter preguiça de algumas pessoas. Os dois verbetes constam na letra "E" do papai dos burros.
O primeiro deles (dos adjetivos) é 'Expansivo'. O dicionário o define como 'franco, comunicativo'. Ao meu ver, define sim essa habilidade comunicacional, mas de maneira exagerada. Aliás, exagero também começa com "E". Enfim, eu tenho uma profunda preguiça de pessoas expansivas, que chegam e acham que são donas dos lugares, que falam alto, gritam pra chamar a atenção pra si, ligam o som a todo o volume e por aí vai. Essas pessoas deveriam voltar algumas páginas do amado Aurélio e optarem pelo adjetivo 'discreto'.
O outro é 'Efusivo'. Na verdade, são sinônimos, mas a efusividade caminha mais para o lado da alegria excessiva. Alegria é algo necessário para a vida. Mas além de não ter o menor saco para felicidade incontrolável, eu desconfio das pessoas felizes demais. Elas se mantém sempre alegres o suficiente para parecerem não ter motivos para sofrer ou ficarem sérias. Daí a minha desconfiança. Felicidade demais, pra mim é sinônimo de morte próxima. Se tudo anda certo demais na sua vida, amigo, comece a olhar por cima de seu ombro. Algo está a caminho. Mas pode ser apenas pra quebrar a felicidade, né? Nada tão negativo.
Assinar:
Postagens (Atom)