O tempo passa, as idéias mudam e o que hoje nos identifica e conecta, amanhã se torna uma incompatibilidade. No finzinho de 2006, Freeky, Negativz, André Almeida e eu (Weirdo) nos unimos e gravamos o primeiro podcast do Bigup!. Tornou-se uma brincadeira extremamente divertida essa gravação. E acabou que a brincadeira tomou proporções maiores quando saímos pra colocar a música na rua. Virou coisa séria.
Considero o tempo que passei – sim, no passado – no coletivo proveitoso. Mas as incompatibilidades me fizeram perceber que, para mim, a idéia não era mais tão atraente. Em todo tipo de iniciativa que envolve o trabalho conjunto, há algum tipo de conflito. Isso nos torna humanos. Os que aconteceram entre nós do Bigup! nos fizeram perceber que não estávamos mais em sintonia.
E é isso: venho por meio desta tornar público que eu, Hélio Matos a.k.a. DJ Weirdo não faço mais parte do Bigup! que agora passa a ser uma iniciativa exclusiva do Rodrigo Senna a.k.a. Negativz (até onde sei). O Freeky também está fora do coletivo, mas ele que se pronuncie. Falo só por mim: agradeço a todos os que apoiaram a idéia. E espero que vocês continuem ouvindo meus sets por aí, porque com coletivo ou sem, eu SEMPRE vou tocar. Nem que seja só no meu quarto...
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segunda-feira, 23 de agosto de 2010
segunda-feira, 9 de abril de 2007
smashing it up
Dia de Laboratório é sempre incomum. Minha noção de surpresa acaba sempre mais positiva a cada festa como essa.
Abri, desorientado, ainda procurando o que tocar até a hora em que sobrasse algum resquício de tempo meu com a pista. Acabou que sobrou tempo mesmo.
Com a presença de um gringo no recinto, confesso que fiquei meio assustado. Surpreendente foi a reação do nosso ilustre convidado ao meu sou e ao frenesi que ele causava na pista. Deve ser estranho: você cria um som, do outro lado do mundo; nasce com ele toda uma cultura, que ultrapassa os 15 anos de existência; e o começo desta cultura, descansa em lembranças de pessoas por todo o mundo; de repente, você se vê numa festa, no meio do nada, num lugar em do qual nem se tinha conhecimento e as pessoas conhecem e apreciam aquela cultura; aquela mesma resposta às mesmas músicas que jovens ingleses ouviam há 15 anos atrás se repete, com gente que acabava de sair do jardim de infância naquela época.
Silver cantou boa parte das músicas do meu set. Covardia minha, né? Mas o que ficou claro e mais me realizou foi a surpresa do inglês ao notar naquela pista jovem, o mesmo amor e a mesma alegria de junglists do Reino Unido.
De quebra, ganhei três rewinds e um caloroso "you smashed it!", do inglês suado, logo após o seu set sinistro. Foi dançante ao extremo.
De resto, o álcool e a presença dos amigos é sempre bem-vinda. Todas pessoas muito queridas que fazem cada dia de Laboratório ser um dia mais que especial.
Abri, desorientado, ainda procurando o que tocar até a hora em que sobrasse algum resquício de tempo meu com a pista. Acabou que sobrou tempo mesmo.
Com a presença de um gringo no recinto, confesso que fiquei meio assustado. Surpreendente foi a reação do nosso ilustre convidado ao meu sou e ao frenesi que ele causava na pista. Deve ser estranho: você cria um som, do outro lado do mundo; nasce com ele toda uma cultura, que ultrapassa os 15 anos de existência; e o começo desta cultura, descansa em lembranças de pessoas por todo o mundo; de repente, você se vê numa festa, no meio do nada, num lugar em do qual nem se tinha conhecimento e as pessoas conhecem e apreciam aquela cultura; aquela mesma resposta às mesmas músicas que jovens ingleses ouviam há 15 anos atrás se repete, com gente que acabava de sair do jardim de infância naquela época.
Silver cantou boa parte das músicas do meu set. Covardia minha, né? Mas o que ficou claro e mais me realizou foi a surpresa do inglês ao notar naquela pista jovem, o mesmo amor e a mesma alegria de junglists do Reino Unido.
De quebra, ganhei três rewinds e um caloroso "you smashed it!", do inglês suado, logo após o seu set sinistro. Foi dançante ao extremo.
De resto, o álcool e a presença dos amigos é sempre bem-vinda. Todas pessoas muito queridas que fazem cada dia de Laboratório ser um dia mais que especial.
terça-feira, 20 de fevereiro de 2007
movimento do submundo
Restando apenas um dia para findar esta festa, tenho que dizer: muita coisa boa fez valer a pena. Pessoas agradáveis - claro, sem contar com a quase briga de hoje -, gente feliz, música (nem sempre) muito boa e o melhor e mais óbvio, amigos.
É impressionante o que os amigos e uma pequena quantidade de álcool podem fazer por você. Não, não falo de esbórnia. Falo de amizade mesmo, diversão, alegria. Tá soando meio 'trance', eu sei, mas não é pra tanto. Ainda sou anti-social, ainda sou urbano e anti-hippie. Só quero uns fins de semana como esse, para poder aproveitar a companhia de tanta gente boa que acaba se tornando importante na minha vida assim, de graça.
E a minha pista? Ah, pode falar o que quiser, mas lá de onde eu tava, lá de cima, eu vi. Foi a pista mais bonita da festa.
É impressionante o que os amigos e uma pequena quantidade de álcool podem fazer por você. Não, não falo de esbórnia. Falo de amizade mesmo, diversão, alegria. Tá soando meio 'trance', eu sei, mas não é pra tanto. Ainda sou anti-social, ainda sou urbano e anti-hippie. Só quero uns fins de semana como esse, para poder aproveitar a companhia de tanta gente boa que acaba se tornando importante na minha vida assim, de graça.
E a minha pista? Ah, pode falar o que quiser, mas lá de onde eu tava, lá de cima, eu vi. Foi a pista mais bonita da festa.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007
I need you
Estranho como nunca havia refletido sobre como ficou estreita a minha relação com a música. Enquanto público, sempre fui de me deleitar com alguns sons, sempre delirando em algum momento na pista, com uma daquelas de arrepiar.
Ontem, por um momento senti isso, com uma das minhas preferidas atualmente. Mas nem notei quão raros são esses momentos nowadays. E durante uma conversa despretensiosa, refleti por um segundo e fiquei deprimido.
As músicas que levo hoje para o público nos meus sets são aquelas que mais me emocionavam, tocavam, me deixavam sensibilizado e me recordavam bons momentos. Hoje, diante dos toca-discos, elas me parecem apenas pequenos quebra-cabeças, divididos por compassos de 64 beats e viradas de vocal e timbre. Depois de certo tempo, aquela relação sentimental que eu tinha com essas faixas, foram transplantadas para as pessoas que me ouvem e das quais tanto faço questão. Até mesmo as desconhecidas.
A pista é, agora, a purgação das emoções que eu sentia ali, no momento do arrepio dos pelos por todo o corpo. É o mais natural. Antes, a entrada dos vocais ou o início daquele teclado sempre me emocionavam. Agora, o que me emociona é ver que algumas pessoas, um quase-nada desse mundo sem limites, também conseguem sentir aquela mesma emoção naquele mesmo instante, eternizado para mim.
Eu preciso da minha pista.
Ontem, por um momento senti isso, com uma das minhas preferidas atualmente. Mas nem notei quão raros são esses momentos nowadays. E durante uma conversa despretensiosa, refleti por um segundo e fiquei deprimido.
As músicas que levo hoje para o público nos meus sets são aquelas que mais me emocionavam, tocavam, me deixavam sensibilizado e me recordavam bons momentos. Hoje, diante dos toca-discos, elas me parecem apenas pequenos quebra-cabeças, divididos por compassos de 64 beats e viradas de vocal e timbre. Depois de certo tempo, aquela relação sentimental que eu tinha com essas faixas, foram transplantadas para as pessoas que me ouvem e das quais tanto faço questão. Até mesmo as desconhecidas.
A pista é, agora, a purgação das emoções que eu sentia ali, no momento do arrepio dos pelos por todo o corpo. É o mais natural. Antes, a entrada dos vocais ou o início daquele teclado sempre me emocionavam. Agora, o que me emociona é ver que algumas pessoas, um quase-nada desse mundo sem limites, também conseguem sentir aquela mesma emoção naquele mesmo instante, eternizado para mim.
Eu preciso da minha pista.
terça-feira, 13 de fevereiro de 2007
reflexões ou fatboy #3
A primeira reflexão sobre "como me tornei um estúpido" surgiu mesmo antes de finalizar a leitura. E é musical.
Será a ignorância uma virtude? Não falo no sentido ofensivo de ignorância, estupidez. Falo da percepção para determinadas coisas. Nem todos possuem e ela só surge com o tempo. Vejam meu exemplo esclarecedor: ontem, no day after da apresentação de Fatboy Slim em Brasília, em todos os lugares podiam ser lidas mensagens positivas sobre o DJ. Entre inúmeros adjetivos, jazia a ignorância a qual me refiro. Não é querer demais. Quando você dança, suas pernas percebem o descompasso numa mixagem mal feita; o corpo nota a falta de perícia do DJ; sim, você perde o ritmo.
E quando você nota tudo isso e perde alguns minutos para recuperar novamente o ânimo pra dança, vem aquela idéia da 'ignorância salvadora' (a velha explicação para a traição de Cypher). É, dá saudade de tempos quando tudo o que estava ao redor era mais importante que a música e você nem notava as borradas do DJ. Saudosos os tempos de dança non stop. Quando a vibração da multidão ou qualquer outra coisa era o motivo.
A inteligência tem mesmo traços de doença. Separa as pessoas e exclui algumas boas possibilidades de nossas vidas.
Enfim, Fatboy Slim não foi bom. Mas tudo bem. O Damillanesa foi pior...
Será a ignorância uma virtude? Não falo no sentido ofensivo de ignorância, estupidez. Falo da percepção para determinadas coisas. Nem todos possuem e ela só surge com o tempo. Vejam meu exemplo esclarecedor: ontem, no day after da apresentação de Fatboy Slim em Brasília, em todos os lugares podiam ser lidas mensagens positivas sobre o DJ. Entre inúmeros adjetivos, jazia a ignorância a qual me refiro. Não é querer demais. Quando você dança, suas pernas percebem o descompasso numa mixagem mal feita; o corpo nota a falta de perícia do DJ; sim, você perde o ritmo.
E quando você nota tudo isso e perde alguns minutos para recuperar novamente o ânimo pra dança, vem aquela idéia da 'ignorância salvadora' (a velha explicação para a traição de Cypher). É, dá saudade de tempos quando tudo o que estava ao redor era mais importante que a música e você nem notava as borradas do DJ. Saudosos os tempos de dança non stop. Quando a vibração da multidão ou qualquer outra coisa era o motivo.
A inteligência tem mesmo traços de doença. Separa as pessoas e exclui algumas boas possibilidades de nossas vidas.
Enfim, Fatboy Slim não foi bom. Mas tudo bem. O Damillanesa foi pior...
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