Estranho como nunca havia refletido sobre como ficou estreita a minha relação com a música. Enquanto público, sempre fui de me deleitar com alguns sons, sempre delirando em algum momento na pista, com uma daquelas de arrepiar.
Ontem, por um momento senti isso, com uma das minhas preferidas atualmente. Mas nem notei quão raros são esses momentos nowadays. E durante uma conversa despretensiosa, refleti por um segundo e fiquei deprimido.
As músicas que levo hoje para o público nos meus sets são aquelas que mais me emocionavam, tocavam, me deixavam sensibilizado e me recordavam bons momentos. Hoje, diante dos toca-discos, elas me parecem apenas pequenos quebra-cabeças, divididos por compassos de 64 beats e viradas de vocal e timbre. Depois de certo tempo, aquela relação sentimental que eu tinha com essas faixas, foram transplantadas para as pessoas que me ouvem e das quais tanto faço questão. Até mesmo as desconhecidas.
A pista é, agora, a purgação das emoções que eu sentia ali, no momento do arrepio dos pelos por todo o corpo. É o mais natural. Antes, a entrada dos vocais ou o início daquele teclado sempre me emocionavam. Agora, o que me emociona é ver que algumas pessoas, um quase-nada desse mundo sem limites, também conseguem sentir aquela mesma emoção naquele mesmo instante, eternizado para mim.
Eu preciso da minha pista.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007
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Um comentário:
Nossa, você conseguiu expressar perfeitamente o sentimento que certas músicas causam em algumas pessoas... É algo muito difícil, eu até hoje não sei explicar o que realmente sinto quando escuto uma musica marcante... Mas com certeza é uma sensação maravilhosa e inesquecível.
Parabéns, o post ficou perfeito...
Abraços,
***Nanda***
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