segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

novo ciclo

Eis que mais um ano chega ao fim. Refletindo brevemente sobre 2007, poderia julgar o ano como um ciclo de aprendizado. Algumas coisas a gente aprende rápido, de boa vontade. Mas outras coisas a gente aprende na pancada. Os dois meios podem ser eficazes, mas o último deles sempre é mais rápido.

De fato, conheci muita gente nova e muitas coisas aconteceram. Redescobri amigos, visitei lugares e toquei em algumas festas. Nada se compara à presença dos amigos como companhia em todas essas viagens e passagens por lugares. Eu realmente não gosto de ver o tempo passar ficando à toa. A agenda tem que estar meio cheia, senão fico com aquela sensação idiota de que estou perdendo tempo e não estou vivendo da melhor maneira possível.

Talvez seja sinal da idade ou de uma espécie de maturidade que ainda não reconheço completamente, mas é, definitivamente, um periodo de descobertas que me agrada. Espero que 2008 traga uma reprise de muitos momentos bons que tive nesse ano e traga algumas boas surpresas e novidades. As coisas ruins que aconteceram magoaram, feriram, mas a gente cai pra aprender a se levantar. É isso, aqui estou, ainda de pé.

Desejo a todos aqueles que fazem parte da minha vida um 2008 com tudo aquilo que desejo pra mim! Good vibes, baby!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

living for the weekend pt. 2

A graça de um fim de semana é diretamente proporcional à quantidade de gente divertida, simpática e interessante que a gente encontra. É animadora uma volta por uma festa onde a gente se sente em casa. Eu falo isso do Laboratório porque é uma família divertida, que se encontra uma vez por mês. Quem vai pela primeira vez - como aconteceu com um amigo meu, a quem convidei - e é uma pessoa de mente aberta, acaba compelido a voltar.

Claro que tem muita gente que vai e não volta mais, porque se assusta com uma coisa ou outra, ou não está preparado para ir a um lugar onde as aparências não ficam necessariamente em primeiro plano. Os caras vão pra dançar, as minas também. Olha que esquisito (para a maioria) né?

Minha casa! =]

terça-feira, 13 de novembro de 2007

jungle rock

Se a minha viagem acabasse hoje, já teria valido a pena. Em dois curtos dias, já conheci muita gente que só existia pela internet e andei um bocado, uma boa passeada por lugares divertidos com pessoas interessantes. Não que Brasília não tenha isso, mas eu bem carecia de uma mudança de ares. E acabei em São Paulo, um zoológico humano que me seduz de maneira quase indescritível.

Tem festa boa de música eletrônica quase todo dia por aqui. Com gente grande e famosa que traz sons de qualidade. E quando não tiver algo que apeteça, com certeza há um bom lugar para sair para comer com os amigos. Eu tive saudade de Brasília no sábado, mas seriam só algumas horas e a variada compensou mais que a repetição.

É ótimo virar esquinas desconhecidas, cruzar com pessoas que não verei nunca mais, rir de piadas novas e rever gente que vale a pena ser revista. Nada como viajar para uma selva de pedra.

Coisas para se fazer e se sentir numa cidade grande:
- andar de metrô contra o fluxo do rush;
- andar na Av. Paulista no frio, na hora do almoço;
- subir a Augusta depois das nove da noite, na hora em que tudo tá se transformando;
- não conseguir ver um céu exatamente limpo;
- ter festas boas, com várias opções todas as noites;
- ir à lojas inusitadas, com coisas diferentes e não resistir.

domingo, 21 de outubro de 2007

sobre skins

O gostoso de assistir a esse seriado é que as minhas expectativas eram baixas, achei que fosse acompanhar uma versão inglesa de 'Malhação', mas resolvi seguir a indicação do amigo Andy. Eis que me deparei com uma versão teen de 'Californication'.

É realmente sobre jovens, sobre seus desencontros, sobre suas aflições, enfim, quase tudo como em 'Malhação'. Mas a vantagem é que não é feito para criar uma juventude idiota que pensa que nenhum jovem transa ou faz coisas idiotas.

Trailer:


Eu recomendo para qualquer um, são apenas nove episódios cheios de coisas que realmente acontecem com jovens. Algumas são meio fora da realidade, claro, afinal é tudo ficção. Mas vale a pena o tempo gasto com downloads e tudo mais. Destaque para o último episódio. O final é divertidíssimo. Pra lembrar, a trilha sonora é:

"Now that I've lost everything to you
You say you wanna start something new
And it's breakin' my heart you're leavin'
Baby, I'm grievin'
But if you wanna leave, take good care
Hope you have a lot of nice things to wear
But then a lot of nice things turn bad out there

Oh, baby, baby, it's a wild world
It's hard to get by just upon a smile
Oh, baby, baby, it's a wild world
and I'll always remember you like a child, girl

You know I've seen a lot of what the world can do
And it's breakin' my heart in two
Because I never wanna see you sad, girl
Don't be a bad girl
But if you wanna leave, take good care
Hope you make a lot of nice friends out there
But just remember there's a lot of bad and beware

Baby, I love you
But if you wanna leave, take good care
Hope you make a lot of nice friends out there
But just remember there's a lot of bad and beware"

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

wtf

É possível estar cercado de gente por todos os lados e ainda assim se sentir, às vezes, sozinho? Vazio estranho o que senti hoje, uma sensação de distância de todo mundo que está ao redor e ao mesmo tempo uma angústia sem explicação.

Isso é sempre culpa da trilha sonora.
Virando o disco, agora.

domingo, 14 de outubro de 2007

sobre tropa de elite

Ok, é uma produção bem feita. Mas não foge em nada à escola norteamericana de cinema. Os diálogos totalmente planejados, como em todo bom blockbuster, são previsíveis, como o discurso do comandante, na celebração de início do curso para preparação do BOPE. Nada que realmente soe realista. O realismo, como em todo cinema brasileiro, só funciona de fato quando entra em cena a parte violenta do filme. Sim, nós devemos mesmo ter talento para a agressão, pois essa parte sempre soa real.

Talvez essa veia violenta me assuste ainda mais, quando ocorrem reações como a que o público tem durante a projeção. Imaginem: ver um garoto beirando seus 15 anos, sendo sufocado, espancado e destratado, até o ápice da ameaça de estupro por um cabo de vassoura enquanto todo o público ao seu redor sorri, como se de fato estivesse ouvindo uma piada. É triste pensar que pode-se viver numa sociedade que se diverte com a miséria e a humilhação alheia. Dói um pouquinho até.

E acreditem: a parte boa fica pela quantidade excessiva de palavrões e por todos os chavões que acabam mesmo virando piada, por serem frases ridículas ou extremamente originais, mas todas com alto teor de sarcasmo e um leve senso de justiça.

Quanto ao sucesso, não sei se veio em decorrência à baixa qualidade do cinema nacional ou aos exageros do cinema estrangeiro. Só sei que no fim das contas, "Tropa de Elite" é mesmo um dos melhores filmes brasileiros. E isso também me entristece. Conseguiremos nós, os brasileiros, fazermos uma comédia ou um terror que preste ou vamos ficar só refilmando tragédias do dia-a-dia pra tentar entrar no Oscar?

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

já acabou?

Comecei a lê-lo na segunda, não o li ontem e terminei hoje. Dois dias. Há tempos não devorava um livro com tanta avidez. Sabe aquelas histórias que não falam nada, sobre nada, nada acontece, nada muda, tudo se repete? Pois é. E mesmo assim consegue ser beeeem interessante. É divertido ler frases curtas que trazem detalhes exagerados. No fim, gostei muito do texto.

Vai uma boa parte:

"Amanhã é domingo. Não. Hoje é domingo. Deve estar para amanhecer. De noite bebemos um pouco e fomos deitar tarde, talvez à uma ou duas da manhã, meio bebadinhos. Me levanto, vou à cozinha. Como sempre, há baratas passeando e elas se escondem quando acendo a luz. Tomo água. Apago a luz. Vou ao banheiro e urino enquanto olho pela janela aberta. No telhado do vizinho, a poucos metros de mim, está um sujeito agachado, se mexendo para a frente e para trás. Fico observando com calma. A noite está clara e vejo só o seu perfil recortado contra umas mangueiras e abacateiros mais adiante. É, é um homem. Termino de urinar. Sacudo bem e deixo que fique pendurado. Estou nu. Me aproximo da janela. É, não há dúvida, é um sujeito jovem e magro que se mexe para a frente e para trás, como se estivesse olhando alguma coisa no quintal dos vizinhos e se escondesse de novo. Deve ser um ladrão ou um punheteiro. Sem pensar, grito para ele:

- Fora daí, filho-da-puta, ladrão, punheteiro, descarado! Fora daí!. Te corto a cabeça, espera que pego um machado e vou te cortar a cabeça!

Ele girou a cabeça lentamente e olhou para mim. Era um gato. Não se mexeu do lugar. Continuou imperturbável e eu olhei melhor."

Ainda bem que pela primeira vez na vida, comprei dois livros juntos. Vamos ao outro...