O tempo passa, as idéias mudam e o que hoje nos identifica e conecta, amanhã se torna uma incompatibilidade. No finzinho de 2006, Freeky, Negativz, André Almeida e eu (Weirdo) nos unimos e gravamos o primeiro podcast do Bigup!. Tornou-se uma brincadeira extremamente divertida essa gravação. E acabou que a brincadeira tomou proporções maiores quando saímos pra colocar a música na rua. Virou coisa séria.
Considero o tempo que passei – sim, no passado – no coletivo proveitoso. Mas as incompatibilidades me fizeram perceber que, para mim, a idéia não era mais tão atraente. Em todo tipo de iniciativa que envolve o trabalho conjunto, há algum tipo de conflito. Isso nos torna humanos. Os que aconteceram entre nós do Bigup! nos fizeram perceber que não estávamos mais em sintonia.
E é isso: venho por meio desta tornar público que eu, Hélio Matos a.k.a. DJ Weirdo não faço mais parte do Bigup! que agora passa a ser uma iniciativa exclusiva do Rodrigo Senna a.k.a. Negativz (até onde sei). O Freeky também está fora do coletivo, mas ele que se pronuncie. Falo só por mim: agradeço a todos os que apoiaram a idéia. E espero que vocês continuem ouvindo meus sets por aí, porque com coletivo ou sem, eu SEMPRE vou tocar. Nem que seja só no meu quarto...
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
sorte
"R saía da festa, atendendo a um chamado de trabalho. Já passava de duas da manhã e a ligação inoportuna requeria certa urgência. Sem pestanejar, pagou a conta, puxou L pelo braço e saiu. Ao entrar no carro, L não parecia muito feliz com a saída repentina. R desconversou, pediu compreensão, acendeu um cigarro, deu a partida e saiu devagar. Ao virar a esquina, da penumbra, surgiu um oficial de não-se-sabe-onde e indicou o acostamento.
A surpresa só permitiu a R, que bebia há mais de seis horas ininterruptas, exclamar: "Perdi!"
Com o carro parado, apagando disfarçadamente seu Marlboro Lights na lateral de seu tênis verde, R abaixou o vidro e calmamente soltou um desarmador "Boa noite!", acompanhado de um nervoso, porém bem disfarçado, sorriso. O diálogo decorreu com uma inesperada fluidez:
- Boa noite! Documentos do veículo e carteira de habilitação, por favor - pediu o policial.
- Pois não - respondeu R enquanto libertava-se do cinto e buscava os documentos no porta-luvas superior - Aqui está!
- O senhor ingeriu alguma substância alcoólica hoje, senhor... R?
- De forma alguma. - respondeu, coçando a testa para disfarçar o suor recente.
- E o senhor tem algo contra fazer o teste do bafômetro? - indagou o guarda.
- Não senhor, pode trazer. - disparou prontamente, transpirando um falso fleumatismo.
- Me aguarde por um minuto.
Enquanto esse "minuto" parecia durar horas, L perguntou, temerosa:
- O que você tem na cabeça? Vai fazer esse bafômetro e vai perder com certeza.
Respirando por instantes de sinceridade, R disse:
- E cê queria que eu dissesse que não ia fazer? Se tivesse dito isso, a essa hora, já tava tomando uns sopapo, algemado. Calma aí - pediu - que ele tá voltando.
- O senhor tem certeza que não bebeu nada hoje?
- Sim senhor, policial. Só vim buscar a menina. - mentiu, tremendo por dentro mas transpirando uma confiança da qual nunca tinha feito uso.
- Hmm... - ponderou o oficial - Ok, o senhor pode ir. Obrigado e boa noite.
- Boa noite, senhor! - disse, quase como um suspiro. - Bom trabalho!
Enquanto ligava o carro e afivelava o cinto, prometeu:
- Amor, não bebo quando for dirigir enquanto não mudar pra cá...
E seguiu embriagado, em direção ao trabalho para tentar ludibriar mais alguns."
A surpresa só permitiu a R, que bebia há mais de seis horas ininterruptas, exclamar: "Perdi!"
Com o carro parado, apagando disfarçadamente seu Marlboro Lights na lateral de seu tênis verde, R abaixou o vidro e calmamente soltou um desarmador "Boa noite!", acompanhado de um nervoso, porém bem disfarçado, sorriso. O diálogo decorreu com uma inesperada fluidez:
- Boa noite! Documentos do veículo e carteira de habilitação, por favor - pediu o policial.
- Pois não - respondeu R enquanto libertava-se do cinto e buscava os documentos no porta-luvas superior - Aqui está!
- O senhor ingeriu alguma substância alcoólica hoje, senhor... R?
- De forma alguma. - respondeu, coçando a testa para disfarçar o suor recente.
- E o senhor tem algo contra fazer o teste do bafômetro? - indagou o guarda.
- Não senhor, pode trazer. - disparou prontamente, transpirando um falso fleumatismo.
- Me aguarde por um minuto.
Enquanto esse "minuto" parecia durar horas, L perguntou, temerosa:
- O que você tem na cabeça? Vai fazer esse bafômetro e vai perder com certeza.
Respirando por instantes de sinceridade, R disse:
- E cê queria que eu dissesse que não ia fazer? Se tivesse dito isso, a essa hora, já tava tomando uns sopapo, algemado. Calma aí - pediu - que ele tá voltando.
- O senhor tem certeza que não bebeu nada hoje?
- Sim senhor, policial. Só vim buscar a menina. - mentiu, tremendo por dentro mas transpirando uma confiança da qual nunca tinha feito uso.
- Hmm... - ponderou o oficial - Ok, o senhor pode ir. Obrigado e boa noite.
- Boa noite, senhor! - disse, quase como um suspiro. - Bom trabalho!
Enquanto ligava o carro e afivelava o cinto, prometeu:
- Amor, não bebo quando for dirigir enquanto não mudar pra cá...
E seguiu embriagado, em direção ao trabalho para tentar ludibriar mais alguns."
sábado, 25 de julho de 2009
o que eu quero
Nesse exato momento, a primeira coisa que passa na cabeça é uma blasfêmia: queria dar só um tapa na cara de Deus, pra descontar os tantos que Ele anda me dando ultimamente. Se é que ele existe.
Palavra tem poder? Tem. Mas azar tem muito mais. Como pode?
Enfim, tô cansado de tentar me corrigir e fazer as coisas direito e nunca ver nenhum tipo de resultado positivo. É coisa de gente que só reclama? Talvez... Mas o fato é que me mata de raiva saber que tem tanta gente que tem tanta sorte e só se dá bem enquanto tudo é difícil pra mim. Eu tô meio cansado de me dar mal, sabia?
Valeu, Deus. Dois a zero pra Você, Djowzinho...
Palavra tem poder? Tem. Mas azar tem muito mais. Como pode?
Enfim, tô cansado de tentar me corrigir e fazer as coisas direito e nunca ver nenhum tipo de resultado positivo. É coisa de gente que só reclama? Talvez... Mas o fato é que me mata de raiva saber que tem tanta gente que tem tanta sorte e só se dá bem enquanto tudo é difícil pra mim. Eu tô meio cansado de me dar mal, sabia?
Valeu, Deus. Dois a zero pra Você, Djowzinho...
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
who cares?
Eu não sou uma pessoa boa, definitivamente.
Quanto mais tempo contado no relógio, percebo que preciso melhorar em muitos aspectos. O pior deles é esse comodismo que me faz procrastinar toda e qualquer necessidade da minha vida.
Deixo tudo pra depois. Tipo esse post. Era pra acontecer agora, mas não vai. Hora do lanche... Oo
Quanto mais tempo contado no relógio, percebo que preciso melhorar em muitos aspectos. O pior deles é esse comodismo que me faz procrastinar toda e qualquer necessidade da minha vida.
Deixo tudo pra depois. Tipo esse post. Era pra acontecer agora, mas não vai. Hora do lanche... Oo
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
bee-aitch stands for...
Aqui vamos nós de novo. "Infatuation", diz o Billie Joey.
E sinto a motivação perfeita para ouvir músicas depressivas e ficar aqui com o chove-não-molha. Tudo bem, acabo acreditando nos sentimentos. E estar aqui, mais uma vez é realmente conhecer o lado bom da vida.
Confesso, estou de saco cheio de toda essa efemeridade. As coisas passam tão rápido, como foi o mês de janeiro (ou aqueles sete dias), que acabo por pensar em estar perdendo tempo e caminhando para um fim sem realizações. O conforto é lembrar dos momentos, do quão singulares e deliciosos foram cada um deles. Mas a parte ruim é não tê-los - ou não poder ter - toda a hora em que se tem vontade. Principalmente quando o desejo de que aquilo se torne uma rotina não pode ser realizado. Seja por falta de alcance, seja por motivos sob os quais temos controle.
Quando leio a palavra "saudade", sinto-me realmente orgulhoso por ter nascido sob a língua portuguesa. Não há outro verbete que expresse tão bem um sentimento como esse.
I've seen you darling, seen you hanging round town
You in a short skirt, shining eyes of deep brown
You had a dirty look, you caught me on your hook
Turn up the thermostat, I want to see you sweat
Oh yeah, girl, you've got something I like...
I walked right over, said "hi, how ya doin'?"
You smiled at me and girl you tore right through me
I said come on let's dance, we've got to take our chance
You whispered in my ear, "you wanna get out of here?"
Can you feel it? Rocking the city
Ah yeah, straight out of nowhere-ness
Like a fist, can't resist you, oh no
I tell you something
Goodness
No, I've never known a night like this
Can't believe it, you're so hard to beat
Hard to beat
E sinto a motivação perfeita para ouvir músicas depressivas e ficar aqui com o chove-não-molha. Tudo bem, acabo acreditando nos sentimentos. E estar aqui, mais uma vez é realmente conhecer o lado bom da vida.
Confesso, estou de saco cheio de toda essa efemeridade. As coisas passam tão rápido, como foi o mês de janeiro (ou aqueles sete dias), que acabo por pensar em estar perdendo tempo e caminhando para um fim sem realizações. O conforto é lembrar dos momentos, do quão singulares e deliciosos foram cada um deles. Mas a parte ruim é não tê-los - ou não poder ter - toda a hora em que se tem vontade. Principalmente quando o desejo de que aquilo se torne uma rotina não pode ser realizado. Seja por falta de alcance, seja por motivos sob os quais temos controle.
Quando leio a palavra "saudade", sinto-me realmente orgulhoso por ter nascido sob a língua portuguesa. Não há outro verbete que expresse tão bem um sentimento como esse.
I've seen you darling, seen you hanging round town
You in a short skirt, shining eyes of deep brown
You had a dirty look, you caught me on your hook
Turn up the thermostat, I want to see you sweat
Oh yeah, girl, you've got something I like...
I walked right over, said "hi, how ya doin'?"
You smiled at me and girl you tore right through me
I said come on let's dance, we've got to take our chance
You whispered in my ear, "you wanna get out of here?"
Can you feel it? Rocking the city
Ah yeah, straight out of nowhere-ness
Like a fist, can't resist you, oh no
I tell you something
Goodness
No, I've never known a night like this
Can't believe it, you're so hard to beat
Hard to beat
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
"What came first, the music or the misery? People worry about kids playing with guns, or watching violent videos, that some sort of culture of violence will take them over. Nobody worries about kids listening to thousands, literally thousands of songs about heartbreak, rejection, pain, misery and loss. Did I listen to pop music because I was miserable? Or was I miserable because I listened to pop music?"
Acho que acordei precisando assistir a "High Fidelity" de novo, depois de ouvir tanta música triste no mesmo dia. =~
Acho que acordei precisando assistir a "High Fidelity" de novo, depois de ouvir tanta música triste no mesmo dia. =~
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
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